Diz que são Disposições

quinta-feira, março 05, 2015


 Este post é um pouco vago. É preferível assim porque não quero ferir susceptibilidades a estas horas do dia! 
 Não vou dizer nada de chocante nem nada extravagante. Só quero dizer, muito simplesmente, que odeio pessoas que só estão bem quando estão mal ou que só estão bem a dizer mal e a criticar. 

 Não, não quer dizer que a fofoca ocasional faça de nós pessoas dignas de arder no sétimo circulo do Inferno, mas quando se torna recorrente a nossa necessidade de fofocar, estamos a incorrer em algo pior que tabagismo!

Também odeio pessoas metediças. Não, não odeio pessoas curiosas nem cuscas q.b., odeio aquelas que mesmo depois de dizeres que não, continuam a insistir no assunto. (Se a metáfora "bater no ceguinho" fosse um realismo, este ceguinho já estava em coma)

 E aquelas pessoas barafusteiras? Horríveis. Ai jasus, e as intriguistas? Dai-me paciência! Mau, mau mesmo ainda são aquelas que acham que é óptimo não se preocupar com nada.

 Basicamente, passo-me da cabeça com pessoas que irradiam energias negativas. Para não dizer que as pessoas são umas piiiiiiiiiiiiii ou umas piiiiiiiiiiiiiiii.

 Mas como vocês também já conhecem os meus posts, sabem que não vim para aqui fazer um post vazio, mas sim dar alguma perspectiva àquilo que penso.

 O negativismo é uma bola de neve.

 Se calhar vocês começaram a ler o post e começaram a pensar em todas aquelas pessoas horríveis e como elas vos irritam e começaram a sentir um burburinho de mini-raiva dentro de vocês para com as piiiiiiiiii das vossas vidas. Ou se calhar são bem zen e pensaram, amiga, tens de te preocupar menos com as más energias. 
 Eu percebo que às vezes parece que a única forma de alcançarmos o alívio é a dizer mal de quem nos irritou. Eu sou assim. Não era tanto, já fui mais, e estou em período de recuperação. 
 Tenho reparado que isto acontece com o meu grupo de trabalho. Alguém estava mal e passou ao segundo que passou ao terceiro....e por aí fora! É desmotivante trabalhar com uma multidão que começa o dia mal e acaba o dia pessimamente. É porque x disse tal e y fala de z. Porque o Anacleto se atrasa. Porque a Felismina dá graxa. E isto rola e rebola e já parece mais uma avalanche do que uma bola de neve. A partir de hoje, chega. Deixai a Felismina dar graxa, deixai o X dizer o que lhe apetece. Só não deixem é o Anacleto chegar atrasado, porque isso é feio e não se faz. E porque odeio falta de pontualidade.

 Quando estamos muito tempo com as mesmas pessoas, sem querer, começamos a pensar que podemos meter-nos na vida delas e isso é errado. É abuso de liberdade e de intimidade. Temos de partir do principio que se ninguém nos disse, não é para sabermos. Do mesmo modo que se temos problemas com alguém, o devemos dizer-lhe na cara, não andarmos a difamar a pessoa. Fazem isso comigo sistematicamente e o-dei-o. Eu quando tenho algum problema, digo à pessoa ou calo-me para sempre. Eu dizer mal de alguém é não só extremamente raro como hilariante (porque eu a dizer mal é caralhadas para todo o lado, seguido de um 'o pior é que nem odeio a pessoa'). 

 Então, as pessoas dizem mal e depois parece que não se calam até tu concordares. O pior que me podem fazer, neste caso, é dizer mal e depois dizerem, ah mas essa pessoa é tua amiga. Epá. Fico possessa. Ou quando dizem que eu estou stressada por achar que o que está a ser dito é extremamente estúpido, ui.

 E na ultima categoria (drum roll please) temos o dizer mal quando podiam ajudar a melhorar. É, oh, top. Num local de suposta entre-ajuda só dá vontade de pegar nos ombros das pessoinhas, abanar que nem uma garrafinha de Compal e dizer então amigo, pega em ti e ajuda.

 E como nós ficamos irritados por os outros andarem a dizer mal, dizemos mal (ou comentamos inocentemente) de quem disse mal, e lá vai a bola de neve colina abaixo. O melhor a fazer é ignorar, por os pontos nos is ou ...bom...se tiverem outra solução não violenta, partilhem!

 E eu sei que o post já vai longo, mas isto leva-me à parte da falta de vontade. É que quando o ambiente já está manchado, a vontade é nula. Ou menos um (numericamente falando, -1). Quando passamos negatividade como um adolescente passa ganzas, tá o caldo entornado. Já não há paixão pelo que se faz. Já não se pode dizer nada sem que a) seja distorcido e b) o Papa fique a saber quantos segundos demorei a dizer a palavra otorrinolaringologista.  
 Dá-me vontade de alinhar toda a gente e dar uma chapada no primeiro que o último sinta. Argh. O que eu odeio à séria é pessoas que não têm paixão por nada que se assemelhe minimamente a conhecimento e que gozam com aqueles que têm. 
 É o típico não sei, não quero saber e tenho raiva de quem sabe! Só prejudica toda a gente. Nada mais. Não é giro. Não é engraçado. Porque é que sois pessoas tão amargas!? Nem eu sou assim tão vil e cruel.

 E como qualquer bom essay precisa de exemplos práticos, aqui vai um da maneira mais correcta de agir, quanto a mim: desde que voltei de férias que pelos menos três pessoas se queixaram de uma pessoa (sempre a mesma), a mim. Eu, directa e frontal como sou para com os meus amigos e arredores, peguei e disse à pessoa em questão o que me tinham dito (recusei-me a dizer quem me tinha andado a fazer queixinhas no entanto) e peguei nessa pessoa e tratei de ajudar a ultrapassar os defeitos que deram origem à fofoca. Ainda estou a tentar, porque verdade seja dita, ninguém é 100% moldável e as coisas levam tempo. Sempre que me irrito com essa pessoa, digo-lhe na cara. Estou sempre a dar-lhe em cima para se superar. Estou a ajudar a pessoa a crescer como empregada.

 Não é para dizer que é uma experiência social. Mas se isto resulta, porque não emular? Eu vou começar a fazer isso. Não tenho problemas em falar com as pessoas e pode ser que assim as pessoas comecem a dizer-me as verdades na cara, também. (disclaimer: há formas e formas de dizer as verdades, o que é ético e o que não é. Não quero receber notificações em casa, do tribunal, a dizer que a Cacilda foi presa por dizer ao Primeiro-Ministro o que achava dele como todas as letras, depois de ler este post.)

 O meu lema do trabalho é "respira fundo". Mas acho que devia era contratar uns adolescentes na posse de ganzas para ver se os ânimos relaxavam por aquelas bandas.

 Para terminar e rematar a cena, só quero relembrar que dizer mal é fácil, o difícil é ter algo decente a dizer. Ah, e não se esqueçam deste lema: turn that frown upside-down!

Nessie,

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2 comentários

  1. Confesso que concordo contigo!

    http://danivadreams.blogs.sapo.pt/

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  2. Isso é que é um post que dava para falar, falar faaaaalar e nunca mais calar...
    Mas adorei o teu post, e sinceramente não tenho nada de negativo ou contrário a dizer acerca dele, pois é uma realidade que lidamos todos os dias, infelizmente ou não,não quero saber, mas é nojento ter que viver com essas pessoas.

    Beijinhos linda :D
    http://wordsofsophie.blogspot.pt/

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