Ética de Escrita Cibernética

terça-feira, dezembro 11, 2012

 "Na Internet eu digo o que eu quiser e bem me apetecer." "Escrevo como quero!" "Sou senhora e dona da minha espelunca!" (frases não baseadas em factos reais)
 Woah, woah. Woah.
 Amiguxos vamos lá a entender-nos: A Internet não é uma realidade alternativa, desligada do dia-a-dia. O que dizemos e fazemos tem repercussões na vida de outros, bem como na nossa (exemplo do cyberbullying, mas não é disso que este post trata). A semana ainda vai a meio do inicio e já me deparei com as cenas mais estapafúrdias do ano! 

 Comecemos por pessoas que se acham acima da lei do senso comum: as que pensam que só por estarem na sua espelunca têm todo o direito de escreverem em linguagem alienígena! Isto é assim: seja onde for, na Internet, que estejamos a escrever, devemos ter atenção à forma como o fazemos. A base das bases da comunicação é que esta deve ser clara. Se podemos escrever em Português/inglês/Chinês/MARCIANO correcto, devemos. Não é "ah, não quero *faz birra*". Já passámos, há muito, os anos em que exkrver axim  ewa buéda fixOlaz. Dar erros só porque temos preguiça de rever é simplesmente inadmissível, porra - isto não é a escolinha primária! "Não tenho paciência para rever", tipo, really? É uma falta de respeito para com a língua, para com os leitores e para com a santa da professora de Português (nota: odiei a minha professora, de santa não tinha nem o cabelo, era uma nazi da ponta das unhas à ponta do cabelo e mesmo assim agradeço-lhe por me ter tornado numa melhor escritora). 

 Passando ao "eu digo o que me apetece", até aqui tudo bem, mas em conta e medida. Ou seja, dizer mal só porque é giro é ser cabrão. Cyberbullying continua a ser um acto de cabrãozice. MAS! Dar uma opinião contra algo, fundamentada, bem escrita e que não ataque terceiros é bom, perfeito até - é nisto que assentam a comunicação e a liberdade de expressão! Podemos promover várias realidades e verdades desde que sejam coisas bem "dizidas" (erro propositado, por favor). Descascar em alguém por ter opiniões diferentes das nossas é estúpido, com todas as letras e "e" maiúsculo! Chatearmo-nos por nos "trollarem" ou nos dizerem (postarem, escreverem, comentarem) algo com o qual não concordamos é ainda mais infantil, se partirmos para atacar a pessoa então...ui! Voltámos à época da caixa-de-areia no recreio! 

 Na Internet existe um grande mal: as palavras não têm entoação. É caso para dizer, sou responsável pelo que disse, não pelo que percebeste. No entanto, a realidade, é que na maioria das vezes ninguém pretende soar tão sério como acaba por soar. Quantas vezes não tive de explicar uma piada ou comentário sarcástico a um amigo meu? Pois, n vezes! Todavia, quando se seguem comentários ofendidos a comentários parvos, dá que pensar: quão parvo consegues ser que te ofendes com algo que alguém disse, sem dúvida a brincar, do outro lado do país/planeta? Claro que depende da situação, mas é das poucas coisas que verdadeiramente me irritam.
 Por outro lado, existem os comentários honestamente e propositadamente ofensivos e agressivos que me revoltam de unhas e dentes porque brincam com coisas sérias (e não é Humor Negro, que isso eu aprecio!) - sim o Cyberbullying. Por muito contraditório que possa parecer o meu raciocínio, baseio-me na premissa que tudo está dependente da situação. 

 De qualquer forma, o melhor a fazer em ambos os casos é ignorar, mas como somos livres de expressar a nossa opinião, podemos sempre escrever um post como este a dar a nossa opinião estruturada e fundamentada (ou não) de forma mais ou menos imparcial e decente.

 Existe também a crença de que só devemos dizer bem porque senão cai-nos o Carmo e a Trindade em cima e essa é marcadamente Salazarista - o Estado Novo já foi c'os porcos amigos! É triste implementarmos esta ideia nos dias de hoje, numa rede tão vasta e fora de controlo como a Internet. Isto vai levar a que esta se divida em três partes: Anarquia - onde tudo vale, até desejar morte à filha de um homem morto (true facts) - , Normalidade - onde se inserem as pessoas que pouco se importam com a Internet e as poucas pessoas normais que ainda existem aqui - e a ditadura - composta por pessoas que nos tentam impingir a sua verdade absoluta e que, de um modo ou de outro, nos mandam ir bugiar para outro lado. É triste amigos, é muito triste! 

 Em forma de resumo/conclusão: São livres, meus filhos, de opinar, bem ou mal, neste belo local que é a World Wide Web 2.0. Tenham apenas o bom senso de não dizer "babuzeiras", de não atacar ninguém e de serem justos. Sejam tão éticos como devem ser no vosso dia-a-dia, deixai de ser cabrões, que disso está a vida cheia!

Com isto vos deixo, euxinha, dona da minha humilde espelunca!

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